12 de janeiro de 2013 (Saudade Futura)

Dia 1º de dezembro de 2012.

Sábado perfeito.

Estou plenamente apaixonado por minha esposa, a sua mãe.

Você, Lucas, está com 2 anos e (quase) 9 meses.

Estava no meu colo brincando com uma tiara de festa, daquelas que distribuem em festas de casamento, com fios rosa.

Sua alegria era arrancar alguns desses fios e colocá-los na minha cabeça, dizendo que estava colocando cabelos de volta, já que ela está com os fios verdadeiros rareando.

Um momento tão sublime que te abracei forte:

— Lucas, não cresce nunca, por favor.

— Mas pai, eu quero crescer! — Imagine, com menos de três anos e você já me vem com uma resposta dessas!?

Comecei a chorar.

Mais uma vez percebi que um dia você vai mesmo crescer.

Aliás, só de escrever essas palavras as lágimas ganharam novamente as minhas bochechas com a barba por fazer.

A mamãe, quando viu as minhas lágrimas, disse para você:

— O papai está chorando, Lucas.

Você voltou para o meu colo, pois tinha saltado para o da mamãe, e me disse com toda a inocência e sinceridade que a sua idade te dá:

— Pai, desculpa.

— Filho, você não tem que pedir desculpas. Você não fez nada de errado. É só o papai que está com saudade futura.

Como é difícil essa tarefa de ser pai.

Por que Deus não me deu você?

Ele tinha mesmo que me dar um presente tão sublime, mas com prazo de validade?

Sei que ele não te deu para mim, só me emprestou por um tempo que, por mais que sejam muitos anos, vão durar apenas poucos segundos.

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